Não me despeço do ano 2015, digo-lhe um até já.

Digo-lhe que em 2016 entenderei, compreenderei, perceberei cada acto, cada momento, cada minuto dele.

Que em 2016 continuarei a caminhada iniciada este ano, mesmo que descalça, juntando pedras à calçada que gelará (ou aquecerá) os meus pés.

Não me despeço de 2015...Mas agradeço. Agradeço por cada momento, por cada mudança, por cada pessoa que entrou e saiu da minha história. Porque foi cada uma delas que deu continuidade ao best seller da minha vida.

Agradeço-te a ti, a ti e principalmente a ti.

Agradeço cada lágrima que caiu sob o meu rosto e que rapidamente sequei. Cada sorriso que iluminou a minha face e que tanto me fez feliz. Cada mudança que ocorrera e que tanto me ensinara.

Agradeço cada nova experiência, cada novo conhecimento, cada nova pedra colocada no trilho da minha vida.

Agradeço cada par de mãos dadas, cada olhar ternurento, cada palavra trocada.

Agradeço e não me despeço. 

Digo um até já sem pedir nada para 2016. Não peço porque sei que o tempo se encarregará disso. De me trazer a continuidade, as respostas, as fantasias, as magias que tanto me envolvem.

Encarregar-se-á de me trazer novas experiências, novas lutas, novas provas onde sairei, mais uma vez, vencedora.

Encarregar-se-á de me proporcionar novas viagens, novas pessoas, novos amores e desamores.

Encarregar-se-á de tudo se eu assim o deixar...se eu abrir as portas a novas entradas e saídas...se der tudo o que tenho e o que sou para continuar a caminhar.

Por isso, para quê me despedir? Para quê pedir desejos a 2016?

Eles só acontecerão se nós assim o quisermos, acreditarmos, lutarmos. Se tivermos sonhos, objectivos, metas e fizermos por isso...Para isso. Se amarmos, apaixonarmo-nos e entregarmo-nos a quem escolhermos.

Não me despeço de ti, 2015, por estas razões. Agradeço-te e digo-te um até já. Iremos encontrarmo-nos em 2016!

"Os opostos se distraem...
Os dispostos se atraem..."

Fernando Anitelli

Dizem que os opostos se atraem...como dois ímans em plena atracção magnética.

Atraem-se, enrolam-se, encaixam-se.

Mas o tempo vai assegurando-se que os motivos que os levaram a atrairem-se, também os distancia, os afasta, os questiona.

Os opostos são como duas peças de puzzle, encaixam-se na perfeição mas desgastam-se com o tempo, com o conhecimento, com o decorrer dos dias.

Os opostos vão procurando as suas semelhanças, vão à procura da partilha de gostos em comum, de metas em conjunto, de objectivos a dois. Mas elas não existem...Escasseiam e fojem por entre cada dedo da mão, mesmo que enrugado pelo frio que se faz sentir.

Eles procuram tão incessantemente que acabam por cansar, por falhar, por desistir.

Na verdade, a vida e o tempo vai-lhes demonstrando que as semelhanças são mais atraentes, mais poderosas, mais mágicas.

As semelhanças abrem portas a novas dimensões, a novos sonhos, a novas partilhas.

Desenham caminhos mais rectos, onde as curvas não passam de miragens. 

Falam palavras já conhecidas, evidenciam sonhos mais ternurentos, desenham futuros mais ricos e menos fantasistas.

As semelhanças amam-se, complementam-se nos mais ínfimos pormenores em falta unindo dois seres em apenas um.

Já os opostos...eles apenas se atraem, uma atracção que aparenta uma paixão fogosa que embrulha um romance conturbado.

Se soubesses a falta que ela te iria fazer, não a terias deixado ir embora, partir, sem questões nem porquês.

Terias ficado junto dela, abraçando-a como se de o último abraço se tratasse, beijando-a até deixá-la sem fôlego.

Terias compreendido cada ação dela, cada gesto dela, elogiando-a não com palavras soltas, mas com gestos.

Se soubesses o quanto irias chorar por ela não ter ficado, por ela não ter aguentado, não a terias ignorado nos momentos mais díficeis, deixando-a a falar sozinha quando ela apenas queria companhia, diálogo, partilha.

Terias tido noites de conversas sem fim, deambulando pelo diálogo da fantasia, escutando-a como se fosse a última vez.

Terias inventado e reinventado histórias, para lhe contares, mesmo que de sussurro, fazendo-a adormecer no teu peito.

Se soubesses a tamanha saudade que ias ter dela, do rosto dela, do carinho dela, não terias deixado de olhá-la, de observá-la, mesmo que apenas por um minuto.

Terias observado-a mais, amado-a mais, terias desenhado-a e pintado-a nem que fosse apenas com a imaginação. Essa imaginação que, agora, nem um retrato te deixou dela.

Se soubesses a falta que te iria fazer cada resmunguice, cada sorriso, cada acordar menos bom humorado dela, não terias virado costas quando ela apenas queria um beijo, um carinho de bom dia, para que o mau humor fosse substituído por um dia novo recheado de amor.

Tinhas acordado-a com um beijo e não com um berro, com um carinho e não com um "vou ali e já venho", com um plano para esse dia que renasceu e não com um "até logo".

Se soubesses como agora a tua cama está vazia, fria, grande demais para uma pessoa só, não a tinhas amado pela metade, por um só dia, por uma só vez. Não a tinhas amado a ela e a outra, ao olhar dela e ao olhar doutra.

Tinhas amado-a por inteiro, a ela e só a ela, ao sorriso dela, à resmunguice dela, ao corpo e ao beijo dela.

Tinhas encaixado o teu corpo no dela, noites e dias sem fim, retratando o mais belo filme de cinema. A ela e apenas a ela.

Porque não se ama pela metade, pelo não sei, pelo talvez. Amasse como se fosse a primeira e última mulher da tua vida, a que te preenche hoje e sempre, a que esteve, está e estará do teu lado.

Se soubesses disso...não sentirias que agora é tarde demais.

Ela amou-te por inteiro, e tu amaste por metade. 

Ela partiu, e tu ficaste. 

Ela chorou e agora sorri. Tu sorrias e agora choras.

Ela queria e tu tanto faz. Tu queres e ela agora já não está.

Nunca esperes de alguém a mudança…sê-a tu mesmo, fá-la tu mesmo.

Nunca mendigues por amor, por paixão. Olha-te ao espelho e dá todo o amor que tens para dar a essa figura que vês…Apaixona-te pela pessoa que observas.

Nunca chores por ninguém…derrama antes lágrimas pelo que não fizeste, pelo que esqueceste de fazer.

Nunca te arrependas dum momento, duma acção…arrepende-te antes de não teres gozado o momento, de não teres agido.

Nunca esperes um carinho de quem não te poderá dar…de quem está longe. Procura-o dentro de ti mesmo, acarinha-te a ti mesmo.

Nunca questiones o outro, a vida…Questiona-te a ti mesmo e deixa tudo o resto se desenrolar.

Nunca ames a meia metade, a meio amor. Ama com toda a tua força a pessoa certa, que achas certa, que consideras certa.

E, acima de tudo, ama-te..

Adora-te…

Valoriza-te…

Admira esse ser que és, que podes ser, que pode crescer dia após dia.

Esse ser que tem de se amar a si mesmo antes de amar um outro alguém. Esse ser que tens de conhecer ainda antes de se dar a conhecer…de conhecer o outro…os outros.

Esse ser que vive em ti mesmo e que te esqueceste de compreender, de explorar, de amar.

Nada é mais valioso do que sermos a mudança que queremos nos outros…

De mendigarmos a nós próprios os nossos próprios sonhos e objetivos.

De chorarmos não de tristeza, mas da luta incessante de termos cumprido a nossa meta.

De nos amarmos, de nos apaixonarmos, de nos admirarmos a nós próprios.

E só assim poderemos amar o mundo de coração aberto….

Só assim poderemos conhecer…

Só assim poderemos viver.

" (...)
Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver. Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença " 
Miguel Esteves Cardoso

Não percas tempo...Diz-lhe o que sentes, o que queres...Solta as tuas palavras, as tuas emoções e dirige-as a ela.

O tempo corre, e está nas tuas mãos se queres correr junto a ele ou deixá-lo voar.

Abre o teu coração. Abre a tua mente, os teus sentimentos, os teus pensamentos. Envia-os a ela nem que seja por postal, ela gosta de ler cartas.

Beija-a...Beija-a com tanta emoção, com tanto fulgor, que te vai apetecer passar o resto da noite com ela, junto dela. 

Abraça-a...daqueles abraços fortes e quentes, daqueles abraços reconfortantes e mágicos, daqueles abraços que só tu sabes dar.

Ama-a...Ela vai pedir-te mais, vai deixar-te penetrar, com amor, nem que seja apenas com o olhar, com o corpo, com o toque.

Dá-lhe a mão...caminha com ela, deixando para trás as pegadas na areia que o mar irá fazer ficarem mais frágeis, menos notáveis.

Comete uma loucura... Só quem é louco, é feliz. Só quem ama a loucura, ama a vida. Só quem vive com loucura, sabe viver.

Não te feches...O Mundo decorre lá fora, e há tanta coisa para ver, para aprender, para absorver. 

Não ames a meia metade. Não há meio amor, meia vida, meia emoção. Ama por inteiro, dá-lhe tudo o que tens, entrega tudo o que queres. 

Leva-a a contigo, mesmo que em pensamento. Leva-a e mostra-lhe o teu Mundo que ela irá mostrar-te o dela.

Não percas tempo...O tempo traz e também leva, o tempo aproxima e também afasta, o tempo une e também separa.

Mas não percas tempo!

Amanhã poderá ser tarde demais.

Olha-me nos olhos e diz-me que não queres. Que não queres este momento, que não queres este sonho, que não queres este retrato.

Olha-me nos olhos e diz-me que não te apetece. Que não te apetece esta loucura, que não te apetece esta hora, que não te apetece esta realidade.

Olha-me nos olhos e diz-me...Diz-me isto e aquilo, diz-me o certo e o incerto, diz-me o correto e o incorreto. 

Diz-me o tudo e o nada, diz-me o possível e o impossível, diz-me a presença e a ausência.

Olha-me nos olhos e encaixa-os nos meus, beija os meus, retrata os meus. Vamos criar juntos essa melodia que só os nossos olhos sabem e querem criar.

Olha-me nos olhos com esse teu olhar, que tanto diz, que tanto transmite, que tanto brilha.

Deixa-me brilhar contigo.

Olha-me nos olhos e deixa o olhar falar, dizer, acontecer.

Deixa-o trazer, levar, escolher.

Deixa-o admirar, adorar, experienciar.

Olha-me nos olhos...e não desvies esse olhar. Fica só assim, dizendo-me tudo o que eles querem falar.

Ela é uma divina amante da vida.

Ela é romântica, adorável, mas não estranhes se ela não o for todos os dias. Ela é assim mesmo, tem minutos em que fica perdida nos seus pensamentos, perdida na sua mente.

Ela acorda sempre cedo. Gosta de admirar cada amanhecer, cada orvalho que embeleza a natureza ao invés de dormir até tarde.

Ela confia o suficiente e desconfia o mais que suficiente nas pessoas. Não te assustes, foram as pedras que estilhaçaram os vidros das janelas dela que a tornaram assim.

Ela é uma eterna apaixonada, uma eterna amante, uma eterna sonhadora. Sonha acordada,  sonha de olhos cerrados.

Ela valoriza mais cada par de mãos dadas, cada beijo, cada ação do que presentes embrulhados. Não fiques chateado, ela é mesmo assim...simples!

Ela gosta da simplicidade das coisas, de se deitar na relva a ver o céu estrelado, de meditar. Não, ela não é esquisita, é só diferente.

Ela não gosta de mentiras, prefere magoar-se com a verdade, prefere encarar a realidade, prefere acreditar que tudo tem uma razão.

Ela pode ser teimosa, orgulhosa, mas não leves a mal, ela só luta por aquilo que quer, só percorre o caminho que traçou, só tem mil e um sonhos e objetivos.

Ela vai-te pedir perdão se errar, ela vai mimar-te quando estiveres triste, ela vai enxugar as tuas lágrimas.

Ela não discute. Vai deixar-te falar, ouvir-te e, só no fim, calmamente, argumentar.

Ela gosta de estar sozinha, do tempo dela, da liberdade dela. Não penses coisas, ela sente-se bem assim, precisa de ser assim, adora viver assim.

Ela vai amar-te...Vai amar-te tanto que vais perceber pelo olhar, pelo beijar, pelo sorriso.

Ah! Ela adora sorrir, dá gargalhadas sonoras, daquelas que vêm do fundo da alma...do fundo do coração.

Ela adora pintar, adora desenhar, adora escrever. Fará um retrato teu mesmo que só com a imaginação.

Ela adora cozinhar, mas vai pedir-te a opinião, o que gostas, o que desejas. Não a aches aborrecida, ela só te quer agradar.

Já te disse que ela adora ler? Que adora viajar, mesmo que sozinha? Que ama a praia e o mar? Ela só quer conhecer, experienciar, viver. Não te procupes se te pedir para ir à praia em pleno Inverno porque se tiveres frio, ela irá aquecer-te.

Ela é assim mesmo, tão igual e tão diferente...Tão ela!

Eles conheceram-se. Ela era ele, ele era ela. Eram como duas rosas que brotaram do mesmo solo, do mesmo caule, da mesma natureza.

Ela via-o no espelho, admirava-o, questionava-o, idolatrava-o. Deixava fluir os pensamentos, as emoções, toda a utopia que envolvia aquele cenário.

Eles eram assim...compreendiam-se mutuamente, viajavam em pensamento conjuntamente, exploravam a vida reciprocamente.

Davam as mãos e parecia uma só...Falavam palavras que opinavam uma letra só...Trocavam ideias que originavam uma ideia só.

Mil e um pensamentos, aventuras, desejos passavam pela mente, soberba e admirável, de cada um deles. Mil e um pensamentos e desejos, mas em tempo errado, delicado, incerto.

Eram mais que um desejo carnal...Eram mais que uma atração, ilusão, paixão...Eram como dois corpos nus unidos num só, com um só coração, uma só mente, uma só aura.

Ela deixava o tempo trazer e levar, deixava cada novo dia abrir uma nova janela, vivia cada hora como se de um segundo se tratasse. Tinha aprendido a filosofar a vida dessa forma. Ele também...mas mais ponderado, receoso, assustado com tudo o que lhe fora colocado no desafio que é a vida.

Ela queria abraçá-lo, beijá-lo, vivê-lo...Queria unir os dois corpos que eram só um, dando lugar a uma noite intensa e mágica de amor, emoção, de questão. Queria tocar em seus cabelos e sussurrar ao ouvido que a magia acontece, que a vida rola e desenrola, que o certo é sempre o incerto.

Ele queria tentar perceber, estar ao lado dela, do lado dela, com ela.

Eles erram atores...Nesse palco sem cortinas vermelhas, nesse palco sem cenários de papel, nesse palco sem espetadores. Eram atores da vida...daquela vida.

Não gosto do Natal...Nunca gostei. Chamem-me diferente, insensível, imprudente. 

Não gosto porque nunca entendi como só nesta altura do ano o ser humano se torna solidário, unido, preocupado, colocando uma máscara dessas que nem no Carnaval gosto de utilizar.

Não gosto porque não é num dia, numa noite, que costas viradas se juntam, que nos tornamos mais alerta para com a sociedade, que famílias desunidas se tornam unidas.

Não gosto porque não compreendo o materialismo, o interesse súbito, a amabilidade repentina.

Começam-se a ver peditórios, distribuição de bens para os mais necessitados. Começa-se a ouvir que se tem pena deles, coitados, que passam o Natal na rua. "Pena", que palavra mais intrigante, que sentimento mais desonesto. E nos restantes 364 dias do ano? O frio também existe, a fome também existe, a solidariedade também devia existir.

Não é numa época, desnutrida de sinceridade, de pureza, de realidade, que vamos mudar o Mundo. É em todos os segundos, todos os minutos, todas as horas que fazem parte do quadro da vida.

As crianças já não acreditam no pai Natal, acreditam nas tecnologias, nos brinquedos mais caros da loja, na quantidade de doces que podem comer nessa noite. E, no fundo, ainda são as que mais pureza e lealdade têm para com esta época.

Já os adultos, esses, fazem de tudo para terem a mesa mais recheada das redondezas, a árvore mais carregada de prendas, a maior quantidade de pessoas no lar. Tentam demonstrar esse lado mais sensível, mais amável, mais natalício como lhe queiram chamar. Tentam tanta coisa, que nada mais tentam durante todos os restantes dias do ano.

Já fui criança, já sou adulta...e nunca gostei nem gosto do natal. Podemos voltar ao Verão?