tempo
Tempo, esse tempo que parece determinar tudo, trazer tudo, esconder tudo, desembrulhar tudo.
Esse tempo que nem sempre aparece no tempo perfeito, esse tempo que nem sempre é tempo.
Esse tempo que poderia ter ocorrido à três anos atrás, esse tempo que aparece na altura certa, na altura errada.
Esse tempo que nos enrola, desenrola, e nos faz delirar...Nos faz abraçar, ecoar, amar.
Esse tempo que não controlamos, que deixamos correr, que deixamos trazer cada novidade num novo dia.
Esse tempo que tanto queremos apressar, ou atrasar. Que tanto queremos voltar, ou esquecer. Que tanto queremos tanta coisa, que acabamos por nem saber.
A vida comanda o tempo ou o tempo comanda a vida?
Nós comandamos o tempo ou o tempo é que nos comanda?
Eu diria que o tempo corre, e nós corremos com ele, junto a ele. E está e estará nas nossas mãos o que dele queremos absorver e entender.
Eu caminho junto a ele...Deixando-o trazer-me o que ele acha que me deverá trazer. Admirando cada novidade que ele me traz, sem recusas ou injúrias. Amando cada segundo que aparenta ser uma hora, cada hora que parece ser um segundo.
Eu dou-lhe as mãos, porque ele sabe o que deverá trazer, o que deverá tirar, o que deverá escolher. Eu apenas o deixo correr, caminhando de braço dado, não permitindo que ele me fuja, não deixando que ele corra depressa demais.
Eu abraço-o...com tanta força que chego a sufocá-lo. Com tanta garra que chega a parecer uma batalha sem vencedores ou vencidos. Com tanto fervor, que chega a aparentar uma chama.
E assim conheço, vivo, amo o tempo. Esse tempo que tanto tempo me traz.